quinta-feira, 16 de outubro de 2014

MIGRANTES E IRMÃS SCALABRINIANAS NA BEATIFICAÇÃO DE MADRE ASSUNTA MARCHETTI.

No dia 25 de outubro próximo, na Catedral Metropolitana de São Paulo, terá lugar a celebração eucarística na qual será beatificada (reconhecida como Bem-aventurada) a venerável Madre Assunta Caterina Marchetti, co-fundadora das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo- Scalabrinianas.Madre Assunta nasceu em Lombrici di Camaiore, Lucca, Itália, no dia 15 de agosto de 1871. Como tantos outros missionários a serviço dos migrantes, sob a inspiração do Bem-aventurado Dom João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, e a pedido de seu irmão Pe. José Marchetti, em 27 de outubro de 1895 Madre Assunta embarcou no porto de Gênova com destino ao Brasil.
Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, trabalhou junto às comunidades e famílias de migrantes, dedicando-se de forma particular aos órfãos do Orfanato Cristovão Colombo, na cidade de São Paulo, Ipiranga e Vila Prudente. Sua vida representa um testemunho de doação não somente àqueles que estavam privados da própria pátria, mas também aos doentes, ao pequenos, aos últimos e aos mais necessitados – como costuma dizer o Papa Francisco!
“Lúcida e serena”, faleceu em 1º de julho de 1948 no Orfanato Cristovão Colombo, nas dependências da casa de Vila Prudente. “Faltava-lhe pouco mais de um mês para cumprir 77 anos, tendo há pouco retornado à convivência de seus amados órfãos”. No dia 7 de setembro de 2010, a Congregação para a causa dos Santos reconhece as virtudes heróicas da Serva de Deus Madre Assunta. Quanto ao decreto de tal reconhecimento, foi promulgado pelo então Papa Bento XVI no dia 19 de dezembro de 2011.A vida e obra de Madre Assunta, no contexto da Revolução Industrial e das migrações históricas no final do século XIX e início do século XX, enquadra-se perfeitamente na sensibilidade da Igreja para com a chamada “questão social”. Entre tantos testemunhos, estão os “santos sociais”, fundadores e fundadoras de novos institutos religiosos e leigos, com um caráter marcadamente apostólico. Em igual contexto, vem à luz a Carta Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, publicada em maio de 1891, documento inaugural da Doutrina Social da Igreja.
O mesmo se pode afirmar de seu irmão José Marchetti  e de Dom J. B. Scalabrini, considerado  “pai e apóstolo dos migrantes”. Através deste último, a Igreja recebeu a intuição do carisma scalabriniano: presença evangélica no mundo das migrações. As três figuras deixam um rastro de pegadas inconfundíveis de ardor missionário, com destaque particular no campo da mobilidade humana em todos os seus aspectos.
Testemunhas de ontem, inspiração para os discípulos missionários de hoje, no convite do Documento de Aparecida a retomar com toda força o entusiasmo pela nova evangelização. Os deslocamentos humanos continuam envolvendo milhões de pessoas em todo mundo e em todas as direções. Mais do que nunca, os migrantes se põem simultaneamente em fuga e em busca: sonham, lutam, caminham e esperam... Juntamente com Dom Scalabrini e Pe. José Marchetti, Madre Assunta constitui uma referência para o trabalho com os migrantes, refugiados, prófugos, itinerantes...
Roma, Itália, 14 de outubro de 2014
Pe. Alfredinho Gonçalves,-scalabriniano.


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